Nightfall ~ I
a chuva caía lentamente por entre as clareiras azuis, e o ar exaltava a textura barrenta das terras soltas.
o avião cruzava suavemente as nuvens que outrora choraram sob o vidro.
já não havia sinal das gotas, ou dos últimos raios de Sol.
os dias estreitavam-se e o solo seco ganhava nova cor, o amarelo seco ganhava os tons dourados e desaparecia lentamente.
escuridão.
as notas soltavam-se, melancólicas, ecoavam pelo ar de outouno, ocupavam o espaço e multiplicavam-se, sucessivamente.
qualquer um se acharia perdido por entre os tons, que continuavam, sem cessar, as cordas iluminadas pelo incandescente halogéneo.
à frente, restava apenas a visão perdida, aquela que é por hábito recordar com uma lágrima ao canto do olho; troncos erguidos, bocas cobertas de folhagem, cerradas à passagem de intrusos, perigos inimagináveis;
e, no topo das árvores mais altas dos montes mais altos;
a lua ainda brilhava.
por vezes.
os espinhos renasciam no que outrora tinha sido um inferno seco.
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