redemption.

. sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010



sunset - zombies


ei-lo
o passado.


não foi um mau primeiro: teve os seus montes, os seus vales, os seus lagos e os seus mares, teve as suas nuvens e as suas próprias folhas de jardim caídas, mas nunca nasceram por lá flores.
por vezes a terra sente de si brotarem minúsculos rebentos, mas não passam de grossos troncos de pinheiros bravos, que já de tantos, povoam o horizonte.
no entanto, não é a primeira vez que venho até cá, os punhos repletos de sementes, para as plantar com carinho e esperar até ao infinito: que um dia cresçam tão altas quanto as cores que um dia podem exalar; que um dia toquem o cimo do espaço, que brilhem à luz de muitas luas e muitas estrelas, incendiadas pela leveza do céu nocturno, pelos furos reluzentes no escuro veludo.
e assim se inicia a redenção dos que perdidos pela floresta ficaram, que regressam hoje ao jardim. mortos, mas de armas nas mãos, de pinturas de guerra na face.


as últimas pétalas.
murchas, que ainda caminham.
esta noite.
amanhã ainda cairá o gelo matinal pelos rebentos, ao nascer do sol, ainda o mistério está envolto em névoa, ainda as visitas ao jardim ficam adiadas para a primavera.


dizem que para a semana faz sol. até lá vou comer o resto das framboesas.
dorme bem,
até lá.

your turn.

1 comentários:

Maria Batata :D disse...

o chato de tudo isto é que às vezes perdemos tanto tempo a ansiar que cresçam, que nem chegamos a desfrutar do processo :/

andamos em sintonia, tu e eu. As nossas últimas publicações são, no mínimo, um regalo para a vista. :D

Bom texto, as always ;)

 

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